Co-fundador da Toi.Toi.Musik, londrino Claus Voigtmann bateu um papo com a gente!

Por: Nazen Carneiro, da coluna TudoBeats

Claus Voigtmann é co-fundador de uma das festas mais conceituais do underground de Londres; a Toi.toi Musik. Por este projeto ele ganhou projeção e presença numa das cenas mais vibrantes do mundo. Sua dedicação à produção musical e à discotecagem tem pacientemente feito com que Voigtmann adquira também o respeito de seus pares no que é considerado uma carreira de grandes conquistas em pouco tempo. Muito animado com o processo, Voigtmann prepara o lançamento do seu primeiro álbum em breve.

Um daqueles caras hiper ativos, além de ser DJ, é também produtor, promoter, dono de selo e viaja o mundo tocando em lugares muito bacanas  e respeitados  tipo festivais irados, a Fabric, o Rex Club, as festas do Off-Week, em Barcelona, os clubs de Berlin  ainda é guitarrista, o que, segundo ele, influi diretamente na presença da melodia nas suas composições. Além de tudo isso, Voigmtan é arquiteto e está em meio ao desenvolvimento de uma grande exibição que acontecerá num dos maiores museus de Londres em 2018. Ufa!

De passagem pelo Brasil para apresentação no D-EDGE Club, em São Paulo, conversamos com Claus Voigtmann, que deixou claro o quanto seu gosto musical é eclético, falou de sua história, filosofia e a cena de Londres. Confira abaixo na entrevista exclusiva para a coluna Tudobeats na HOUSE MAG!

HOUSE MAG – Boa tarde! Obrigado por esta entrevista e parabéns pelo seu trabalho! Para começar, costumo perguntar aos artistas quais as cinco músicas que você tem hoje no seu carro, no seu ipod, enfim… que você tem ouvido recentemente.

VOIGTMANN –
Eu vivo em Londres, então ter um carro é algo supérfluo. Eu ando de bicicleta: mais rápido e verde! 
A mãe natureza deveria ter a atenção de todos. Quando estou andando na minha bicicleta, não quero ouvir techno. Ouço todos os tipos de música:

AUSTIN PERALTA – ALGIERS

YUSEF LATEEF – MORNING

RARE SILK – STORM

NINE HORSES – ATOM AND CELL

SANDRO BRUGNOLINI – POLYPHONY

HM – Quando você começou seu envolvimento com a música eletrônica e qual foi aquele momento crucial ou situação que você decidiu se dedicar totalmente a ela?
V – Eu mudei para Londres e fiquei exposto a essa incrível diversidade de música. Depois de algum tempo vendo os shows dos grandes mestres eu decidi ter esse poder em minhas mãos para manipular as pessoas e fazê-las entrar em êxtase, assim como vi diversos DJs fazerem.

HM – Você produz uma festa famosa na cidade, chamada Toi-Toi. Como começou o projeto e o que você queria alcançar com ele?
CV – Toi.Toi.Musik foi criada pela Isis Salvaterra e eu há uns sete anos. Nós criamos a festa apenas para nos divertir e ela cresceu organicamente.

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HM – Multifacetado seria seu nome do meio. Qual a força principal por trás do seu processo criativo?
CV – Sim, isso pode ser verdade. Eu fiquei entre ser um arquiteto, designer gráfico ou músico. A verdade é que a mesma força por trás de tudo isto é a criatividade. Se eu não posso ser criativo de alguma forma, então meu corpo fica nervoso e eu não consigo ser feliz.

HM – Obrigado por compartilhar “Kasheme`s Livingroom Session” conosco há cerca de três meses. Percebo que você tem bastante influência da música negra, do Jazz… É verdade? Comente
CV – Basta ver as músicas que eu recomendei no início da entrevista para perceber que isso é verdade. Eu sou fascinado pelo suingue e pelo groove da música negra, funk dos anos 60 e 70, pelo jazz infusion, além de toda boa música, na verdade. Eu tenho uma coleção gigantesca de discos de funk, inclusive.

HM – Por gentileza conte-nos sobre o seu processo criativo e futuros lançamentos.
CV – Meu processo criativo é um processo solitário. Eu preciso estar trancado longe – e sozinho – lá no meu estúdio, assim as coisas vêm até mim. Eu gosto bastante de ficar sozinho! Estou finalizando o meu álbum de estréia que será lançado depois do verão.

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HM – De que forma o seu trabalho criativo influenciou a cena londrina de música eletrônica e do que você tem mais orgulho?
CV – Eu acredito que por produzir a festa Toi.Toi.Musik mensalmente, foi onde nós pudemos influenciar a cena de Londres e vice versa.

HM – Como você sente a cena e o mercado brasileiro? O que você acha mais e menos interessante nela?
CV – É uma cena bastante excitante para mim, mesmo que esteja no início de um grande desenvolvimento com várias festas, olhando para o futuro e trazendo grandes artistas ao palco.

Pelo que eu percebo, a senha não é muito unida. Cada um faz as suas coisas. Próximo passo é que todos os projetos trabalhem juntos para o bem maior  a união da cena. 

Mais festas, é igual a espalhar mais música boa, o que resulta em mais educação, e a vontade de todos em trabalhar por um ambiente mais seguro para ouvir a música do futuro.

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